segunda-feira, 8 de agosto de 2011

"Acho que é um alvini, um olvini, sei lá..." e " O viro dos Pirangas"

Ainda na onda das reportagens assistidas, a Dama de Prata mostrou ontem no Fantástico o fim do mistério a cerca do objeto voador não identificado, que intrigava os paulistanos. Perfeito. O autor é quase um Professor Pardal e a engenhoca fez sucesso. Até então, tudo bem. Mas, a força da matéria para mim, meus caros, ficou quando a população foi questionada e, do meio dela surgiu uma pessoa, que, quando questionada sobre o que poderia ser o objeto no céu, disse: "Acho que é um alvini, um olvini, sei lá...". Claro que, como uma mera mortal, achei graça, mas o sorriso foi murchando quando constatei que o autor do novo batismo era um estudante. Um estudante dos seus quinze, dezesseis anos. Calma ai... tensionei. Antes que meu cérebro me pregasse uma peça em defesa do rapaz, do tipo, "é uma palavra estrangeira", constatei que a palavra em questão é o acrônimo, a sigla de Objeto Voador Não Identificado, tradução do nome em inglês. Sendo assim, o que fez esse pobre jovem falar errado? Será o ouvido? Sim... senão total, a audição tem responsabilidade no que tange o nosso reproduzir. Ele disse "alvini/olvini" porque é assim que ele escuta, mas, descartando a opção de "problema de audição", a atenção pode resolver grande parte do problema, junto com o esclarecimento, obviamente. 
Isso me fez lembrar do especial trinta anos do SBT exibido no último sábado, que tratou de seus "reality shows", dentre eles, o "Ídolos" e "Qual é o seu talento". Eles separaram um espaço especial para os que cantavam mal e, sobretudo, para as coisas que eles viram como "bizarrices'. Uma delas foi a quantidade de candidatos que cantaram o Hino Nacional Brasileiro. Que beleza, se não fosse cantado errado. Cada um falou cada coisa, que deu até pena. Que sufoco. Letra enorme e palavras difíceis à parte, é nítido que as pessoas não leem ou só leem a si mesmos. Quem nunca ouviu alguém dizer "soltei do ônibus", em vez de  saltei do ônibus"?; "Cráudia(o), em vez de "Cláudia(o)", mesmo não tendo nenhum comprometimento fonoaudiológico. Não quero, com esse texto, fazer qualquer apologia ao preconceito linguístico, mas eu verdadeiramente acredito que bem articular um idioma, sobretudo o materno, é condição sine qua non para a leitura, a interpretação de textos, conversas, a lida, a vida. É uma ferramenta que move o mundo e começa com coisas simples, como ouvir, questionar, pesquisar, compreender e aplicar. Mas, enquanto isso não acontece, as pessoas mais desprovidas desse ângulo vão servindo de laboratório para programas humorísticos e piadeiros de plantão que, talvez por não saberem ler, só fazem imitar.

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