domingo, 20 de março de 2011

Nós já temos encontro marcado, eu só não sei quando...

Remoí e remoí bastante antes de tomar a decisão de fazer esse post. A intenção não é tratar do assunto com requinte de preconceito, mas sim com um pré conhecimento do que vem a ser as relações humanas. É impressionante como um dos atos mais satisfatórios e queridos é tratado com tanta banalidade. Estou falando do amor, do querer bem. Esse sentimento é possível nas esferas mais remotas e distintas que a imaginação humana pode acompanhar. Ainda assim, não é só porque talvez alguém não consiga acompanhar o desenvolvimento de algo, que isso venha a significar a não existência do fato, muito pelo contrário, em pleno século vinte e um, toda forma de amor é possível, ainda que muitos não compreendam ou concordem. O problema não é esse, ao menos para mim. A homossexualidade é fato, é natural e não me ofende em nada. Ao meu ver, a orientação sexual de uma pessoa não deveria ser resultante de seu caráter, e sim vice versa pois, se essa pessoa tiver uma índole promíscua, ela será promíscua sendo hetero ou homossexual. Não escolho meus amigos por sua orientação sexual, mas sim por seu caráter. Logo, essa vertente de relacionamento me é completamente tranquila, ainda que não seja a minha orientação.
Bom, todo esse "lero lero" veio abrir um desabafo.Presenciei alguns acontecimentos nesse carnaval que me deixaram muito ofendida. Como antes dito, não tenho problemas com o relacionamento entre dois homens ou mulheres. Para mim é igual ao de um homem e uma mulher, com isso, nunca tinha visto o respeito, a lida, o carinho entre casais dessa natureza com promiscuidade. Contudo, ao passar alguns dias do carnaval em Ipanema, visitando seu ícones, inclusive a rua Farme do Amoedo, tive uma decepção. É o local GLS, descolado, mas, me pareceu um palco onde atores de uma peça de teatro gigantesca se apresentavam, ávidos por carinho, atenção e afeto. Resumidamente, um sujeito que passasse e gostasse de outro que avistara ou vice versa, trocariam beijos ardentes ali mesmo, mesmo nunca tendo se visto, conhecido, sabendo se quer o nome do outro. Veja bem, meus caros, não acho graça em nenhum ajuntamento de gente com esse propósito. Micaretas, raves e afins. Lugares onde um carinha acha a "mina" bonita, pega em seu braço e a força a beijá-lo. Ou talvez nem a force, pois ela já avança. Isso é banalizar a sensação maravilhosa     do encontro dos lábios loucos por acariciar, por saudar, reverenciar. Um beijo bem dado pode significar um final de encontro pra lá de feliz e satisfatório. Vou dá-lo assim, a esmo? Não conheço o cidadão, não o verei mais. Depois de tanto ter visto isso, fiquei pensando em quase tudo que envolve o carnaval. O ser humano e sexual. Perfeito. Mas, perder a cabeça e agir sob instinto? Onde está a racionalidade? No carnaval, se não exaurirem as mídias com campanhas de preservativos, vou por meu bloco na rua para pular com quem quer que seja, sem nenhuma proteção? Isso é diversão?
Não sei, meus caros... verdadeiramente, não sei... Eu estou acostumada a ver somente o lado nobre da causa - gays lutando para serem respeitados, para que suas uniões estáveis tomem forma legal, essas coisas. Esqueci que são homens e mulheres como qualquer outro, capazes de cometer erros, estarem sedentos por atenção, respeito e carinho. Acho que esse era um dos meus maiores pré conceitos: vê-los como seres diferentes: seres evoluídos. Ao menos estava redondamente enganada a cerca dos que eu vi na Farme no dia em que lá estive. É verdade: existem pessoas e pessoas.

Um comentário:

midiafire disse...

Olá

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