Quem me conhece sabe da minha admiração por ciências sociais. Muito embora esteja envolvida com linguística e psicologia, sou fascinada por antropologia e sociologia. Isso acontece por conta da noção de que, tudo que vivemos, nessa freneticidade do século XXI, está diretamente ligado, dentre outras ciências, a esses dois fascínios.
Lançando mão de uma amostra, trago orgulhosa e respeitosamente, o post de uma das pessoas que mais admiro e respeito: Milton Cunha. Milton tem um blog, o BURACO DA LACRAIA, onde ele perpassa por diversos tópicos atualíssimos. Um deles me chamou a atenção e, como quase sempre, comentei. Acontece que esse comentário tomou uma extensão considerável e o assunto também é bastante polêmico - do jeito que aprecio.O post é o Juíza pública só casa heteros. Meu comentário foi o seguinte: " Bom dia, Milton!
É muito difícil, para algumas pessoas, discutir propriedades humanas fora da esfera religiosa. A religião existe, deve ser respeitada e considerada, no entanto, ainda permanece na esfera pessoal. Do contrário, a religião de um poderá ser imposta a outros. A liberdade não existiria mais. Por conseguinte, o que deve ser considerado pelos agentes da sociedade, como professores, terapeutas, médicos, advogados, juízes, e demais profissionais, é o respeito ao próximo e o cumprimento da lei civil e ética. Se um juiz ou qualquer outro profissional dessa ordem de importância, afirma que não agirá de acordo com a lei porque essa vem de encontro a seus princípios pessoais, é o momento dele rever sua profissão. Uma autoridade responsável por validar uma união civil, negar-se assim fazê-la por motivo do casal ser homoafetivo, dá direito a um médico , pertencente a vertente evangélica "Testemunha de Jeová" a não realização de transfusão de sangue em um paciente. E se ambos decidirem que não casam pessoas de outras etnias, tão pouco os socorrem, em detrimento a pregação da supremacia branca?
A questão é que muitos já estão inclusive escolhendo qual lado tomar partido, como se estivéssemos tratando de uma partida de futebol, deixando para trás a consciência de que o discutido são os direitos civis e, o motivo de você excluir um, pode ser motivo da exclusão de todos. Imaginemos se o direito a escolha de religião fosse cassado? E o que dizer do direito ao voto, a liberdade de expressão? O ser humano não pode ser tolhido de seu direito de viver a sua vida, desde que esse direito não sobreponha o do outro, atentando contra seu bem estar. Sendo assim, desde quando um casal homoafetivo casado sobrepõe o meu direito em alguma instância? Para aquele que pensou em responder: "Ah, mas daqui há pouco, eles estarão se agarrando e se beijando em público, para todo mundo ver." A resposta: Não acho nenhuma graça nesse ato cometido por ninguém. Carinho, cuidado e respeito é uma coisa. Exposição ao ridículo, é outra. É desconfortável estar sentado dentro de um ônibus e um casal estar na sua frente, tentando fazer o teste do X MEN que passa por dentro do outro. É uma atitude que constrange a qualquer um, qualquer que seja a natureza dos componentes da dupla. Portanto, argumento fraco. O direito a viver a vida na companhia de quem lhe apetece é muito maior.
2 comentários:
É preciso se ver e sentir como o próximo.Esse é o verdadeiro exercício da fé.
Olá Vivian,
Aceitar as diferenças é a coisa mais dificil para o ser humano, a verdade de cada um é imutavel, lamentavel.
Meu carinho
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