sexta-feira, 4 de junho de 2010

Quando as coisas não são ditas...



          Tudo que escrevo passa por mim de alguma forma: hora foi vivido, hora arquitetado, hora testemunhado. Bem, com esse texto, não foi diferente.
          Essa semana passou rápido por conta de um evento que fui convidada a prestigiar fora da cidade. A ansiedade se encarregou das atividades comuns, enquanto a mente só fotografava as'n' possibilidades que dar-se-iam com o fim de semana. Primeiro, o estar em outra cidade é sempre excitante. É uma beleza, tudo me inspira gente, logo movimento, logo costumes, logo cultura. É quando meu coração quer tomar o lugar dos olhos, a fim de sentir o que está vendo. Em seguida, a sensação de 'troca de baterias', pois muita das vezes, uma viagem pode significar passar uma vassoura no escritório, um pano na escrivaninha, atrás de limpeza e organização, sobretudo de ideias. Então, está bem. Não vejo porque não! Mas, e as informações? E os 'dados'? Estão todos nos 'conformes'? Tudo confere? Sabe, uma das minhas manias é perguntar. Pergunto muito, tudo, para não ter dúvida e conseguir informar quem quer que seja. Mas, quando as coisas surgem por outras vias, nem sempre me salta a oportunidade de perguntar e, aí, foge ao meu controle.          
          Faltando poucas horas para a partida, recebo um telefonema divisor de águas. É o tal 'Sr. Mistério', que Marido sempre se refere, quando estamos assistindo a um filme de suspense. 'É ele quem dá a luz para desvendarmos a trama' - diz, sempre com a voz baixa, para não atrapalhar a concentração alheia. Pois é, a situação 'Sr. Mistério' acabara de entrar em contato, dando a luz sem parto. Estava personificado em uma amiga, para desvendar a trama, a frase 'quando a esmola é demais, o santo desconfia'. Acontece, meus caros, que 'nem tudo que balança, cai, nem tudo que reluz é ouro', além do tradicional 'parece, mas não é'. O tal evento não era um convite, e sim uma participação. Na melhor performance captoadministrativa, exporei: imagine-se um funcionário bem sucedido de uma empresa bem sucedida. Essa empresa abre uma filial em outra cidade. Para dispor de ratificação a respeito de sua imagem, ela decide trazer à mais nova locação, funcionários de peso, a fim de que não só sua presença e aparência, aliadas às suas palavras, concretizem sua imagem desfocada, abrupta e desconhecida. Ela te 'convida' para dar uma palestra de dois dias na nova cidade. 'Nooossa! eu sou o cara mesmo!', é logo o que nosso ego nos leva a crer! Daí, você aceita e acerta sua presença. Tudo isso através de um 'atravessador', pois você continua em plena atividade, totalmente sem tempo, mas, como dizer não a um convite desses? Acontece, meus caros, que, como os fotibolísticos gostam de dizem, faltando três minutos para o término do segundo tempo, você descobre que as despesas desse 'convite', estão por sua conta. É, isso mesmo! Você foi convidado a ir até lá enfeitar o pavão na cabeça da madrinha, mas com seu carro, sua gasolina, pagando sua estadia. O máximo que o bonitão que conta com a sua presença para 'abrilhantar' o smoking dele fez, foi brigar por um descontinho pra ti. Antes que alguém aí de trás grite:'sovina!', deixo claro a seguinte questão: o esclarecimento não foi feito! Não é o 'pagar' e sim o 'descaso'. A coisa feita de qualquer maneira. Estou falando grego? Alguém aí acha graça do tal convite para a 'festa' e, chegando lá, descobre que tem de desembolsar cinquênta pratas para entrar? Nada contra quando é dito antes:' vai rolar uma festa junina arregada na casa da Priscila. Vai ficar vinte contos pra cada um. Não precisa levar mais nada', ou ainda 'Vamos pra Festa do Tomate! já verifiquei e vai ficar em vinte e cinco da van pra cada um. A entrada é quinze'. Muito diferente, não é?! Você consegue saber até quem vai, amigo, sem tempo ruim. E os que não puderem, se organizam com amigos e acertam depois. Agora, esse lance de montar empresa, fazer gracinha, tudo com bastante antecedência, mas comer os pormenores é gostar de viver perigosamente. E o pior é que a verdade só se revela depois que o angu já tá grosso à beça, sem aceitar adição de água! A panela dá para cinco, mas tem vinte e oito pessoas lá fora pra comer. Não sei não... Dona de casa nenhuma gosta de passar aperto na cozinha! E eu não gosto de passar no meu bolso. Não dá vontade de deixar o cara na mão? Mas, se porventura lançar mão do microfone, descer-lhe o dedo ( é melhor que a língua, né?!). O filho de uma senhora de vida fácil bem que merece o escárnio, pois, se não fosse o Sr. Mistério, você teria suas 'calças arriadas', no melhor estilo 'cueca furada'.
          Isso tudo me fez parar para pensar: a quantidade de coisas que saem erradas, por conta de ruídos ao ausência total de informação? Porque, não é possível que isso só aconteça comigo... Logo me lembrou Gorete. Será que ela sabia que iriam transformá-la, mas primeiramente iriam jogar sua auto estima ralo abaixo? Imperador teria o que quisesse, mas as fotinhos com a galera dariam muita dor de cabeça? Ronaldinho sabia que a moça tornaria público seu gosto por trombas?

2 comentários:

JPM disse...

Olá,
Bem, penso diferente.
É verdade que amigos não têm preço, assim como desfeita não tem.
Pode ser um amigo de 20 dias ou de 20 anos, se aprontar-me uma dessas, querer lucrar as minhas costas, eu ainda ter que pagar minhas despesas e tomar conhecimento de última hora (e se vou sem grana?), atravesso a rua e gasto muito mais lá do que para esse "amigo".
Pois esse "amigo", como cantava o falecido Teixeirinha é um "amigo conveniência", o que, convenhamos, ninguém precisa e nem merece.
Saúde e felicidade.
JPMetz

Vivian Kosta disse...

simplesmente magnífico!!!! A falta de coragem dos covardes é a responsável por tudo isso. Eles sabem da m.... que vai dar no final, mas não tem força na peruca, na boca , na língua, para usar a fala da maneira mais civilizada possível para esclarecer o que está turvo.