domingo, 30 de maio de 2010

Diferente amenizador para separação


          Ou 'pacificador diferente de separação', 'separação pacificada pelo diferente', 'o diferente pode amenizar separação', ou ainda 'divisão pode significar diferenças, mas a diferença pode ser amenizada'. De qualquer forma, todos os possíveis nomes para uma das séries de maior sucesso nos EUA poderiam, de fato, melhorar as possíveis diferenças pessoais que cada ator carregava em si, muitas vezes não separando o personagem de si mesmo. De maneira alguma uma família composta por um viúvo bem sucedido e branco, com uma filha legítima e dois 'filhos do coração' negros poderia significar ' Minha família é uma bagunça'. Tão pouco o título 'Arnold' resolveria algo, sem causar egocentrismo. A prova disso é que dois das quatro pessoas que passaram oito anos ininterruptos abordando fatos que mexiam com a sociedade, tiveram tanto o percurso quanto o fim de suas vidas de maneira trágica e inquietante.
          No fim do seriado, Tood Bridges é o primeiro a sentir que a fama não significa tudo, e sede às drogas. Segue assim por um longo tempo; na sequência, Dana Plato morre de overdose de remédios, depois de tentativas frustradas de retorno à mídia, inclusive passando pela produção de filmes adultos ( isso te lembra alguém?); em 1999 ela falece. Neste ínterim temos Gary Coleman tendo vários episódios de confusões, com direito a processo de seus pais adotivos e agente, transplantes, e por aí segue. Faleceu dia 28/05/2010, vítima de uma homorragia craniana, consequência de um tombo nas escadas de casa na quarta, 26/05. Dana faleceu aos 34 e Gary, aos 42. EXTREMAMENTE novos, infantis, inexperientes, carentes, solitários. A infância, pré adolescência e adolescência dessas pessoas foi passada em meio a gravações, agendas, tarefas, entrevistas, muito, mas muito dinheiro, fama. Mas, e a família? amigos? vida real? Dana, por ser mulher, deve ter guardado todas as angústias, necessidades e temores dentro de uma caixa, para resolver depois. Gary tornou-se intempestivo, com uma estória que pode anteceder sua família, além da doença. Será que o seriado e o sucesso só fez bem ao Sr. Dumond (Conrad Bain)? Será que o fato dele ser um ator experiente, adulto com personalidade formada, fez toda a diferença? Os três atores mirins divertidos, que protagonizavam crianças espertas, de raciocínio rápido, não passavam de crianças, dentro de sua infância, fase de grande desenvolvimento físico e mental, a grande decisão da personalidade do indivíduo adulto. Tudo isso acontecendo em meio a vida de personagem. Se formos mais longe nisso, teremos inúmeros exemplos de insucessos por conta do envolvimento precoce.
          O fato é que, infelizmente, acaba de deixar a esfera terrestre uma das pessoas responsáveis por bons momentos vividos na tv e na vida real de muita gente.

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