sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Aqui é o meu País!

Nada tenho contra o Tiririca. Morro de rir com ele quando diz: "pensei que fosse morreeer!!". Com suas falas sem pé nem cabeça, ingênuo, infantil. Ele é despropositado, disparatado, faz e fala asneiras. Asneiras?! Acho que não. A maior sacada de sua vida foi decidir tornar-se político. A maior asneira dos eleitores, fãs, incrédulos, foi tornar isso possível. E agora?! Já era! Acabamos de passar a blindagem mais cobiçada de todos os tempos: a blindagem parlamentar. Ninguém pode "tocar" nele, pois muito antes, vários requisitos, parágrafos únicos, e mais alguma coisa e mais alguma coisa precisam ser respondidos, atendidos, para que qualquer atitude contrária possa ter efeito. Está aí, está feito. 
Não sei se sou a única a notar, mas temos a facilidade de confundir as coisas...Outro beneficiado pela blindagem foi o jogador de futebol. Tomara que ele realmente esteja voltado de corpo, alma e caráter para a causa dos portadores da SÍNDROME DE DOWN. No entanto, tomar decisões levado pela indignação, achando que nomeado alguém sem propostas, sem um trabalho sério, mesmo que em desenvolvimento, será a resposta que os "políticos" merecem ter é uma atitude extremamente sem juízo, sem atenção, sem responsabilidade. Nós precisamos deixar de agir assim. De pensar que política não merece nossa atenção e envolvimento. Nós vivemos política todos os dias, no nosso dia a dia, em nossas vidas. Será que quem votou em Tiririca precisa da Educação Pública? Dos hospitais, da segurança? Já esteve diante de um tiroteio, já teve algum bem perdido para a marginalidade, digo, de um bem material a um filho, seja no movimento ou vítima dele? É trabalhador e tem seus direitos violados todos os dias? Entra no mercado e tem de pensar em malabarismos, a fim de alimentar sua família? Custo a acreditar... O tempo inteirinho ele brincou, divertiu e foi honesto, pois nem prometer ele o fez! E agora, responsabilizaremos quem, por quatro anos?
Tudo isso que o nosso país enfrenta é de nossa responsabilidade. De quatro em quatro anos nossos filhos crescem, nós envelhecemos e padecemos as nossas escolhas. O menininho de Campos tem a ficha suja, mas nós votamos nele mesmo assim! Me sinto como um equino, rumo ao celeiro para se alimentar. Sem olhar para os lados. Do antolhos à baia. É só chegar o dia de votar e que lá vou eu, com um papelucho nas mãos, sem saber de nada, inclusive o que eu vou fazer. Que raios faz um deputado estadual, federal? E o governador? senador? presidente? Ah, sei lá, minha cerveja vai esquentar! Tenho que dormir, estou morto de cansado.
Minha gente, o que acontece dentro da nossa casa é de nossa responsabilidade. Depois, não adianta culpar ninguém. Sozinho, você não pode mudar o mundo mas, se todo o mundo pensar assim, o mundo nunca vai mudar. E nós, os "sem voz", desrespeitados, excluídos, os que trabalham para sobreviver, nunca teremos o nosso lugar, o nosso respeito, a nossa dignidade e seremos sempre os degraus dos ricos, esse país será sempre o "país dos espertos", nunca o país dos inteligentes, teremos sempre os nossos entes jogados nos corredores dos hospitais, feito lixo, sem tratamento, sem remédios, e nossas crianças programadas para trabalhar sem amor, em sub empregos, desconhecendo o prazer de um lazer, de cultura. Nosso país não é um picadeiro, cheio de palhaços sem graça e nós, criancinhas abobalhadas, sem noção de tempo e espaço, batendo palmas para maluco dançar.

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