segunda-feira, 23 de maio de 2011

Ética?! Que ética? Acaba que não é culpa de ninguém - Tudo ao mesmo tempo

São tantos assuntos, mas, preciso organizar minha fala, como disse minha nobre colega. Então, está bem.
  • Agora mesmo acabei de ver uma reportagem a cerca de uma manobra feita pela vereadora, então secretária municipal do envelhecimento, Cristiane Brasil, para permanecer com tudo em cima: o cargo de secretária, a vaga de vereador e os empregos dos vinte outros ligados à ela. Chama-se o Conselho de Ética da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro e, digamos que "por uma brecha da lei", o ato da vereadora/secretária não será punido. Bingo! Ponto pra quem? Nem pra mim, nem pra você.
  • Há cerca de uma semana um repórter sei lá quem, decidiu alfinetar, pegar no pé, de uma coleção de livros didáticos.E assim se foi ao ar a confusão gerada. Daí, vieram todos, não é? Magistrados, políticos, transeuntes. Geral. Menos os linguístas, os autores e, de uma maneira coloquial, explicar para meia dúzia de três ou quatro, o que realmente se passa com esse e tantos outros materiais didáticos que não só explicam, mas analisam, exploram, levam os alunos a pensar. Mas, encontrei um texto muito interessante de alguém com muita propriedade a cerca do assunto: um linguísta, pesquisador e professor da língua portuguesa - Prof. Dante Eustachio Lucchesi Ramacciotti que aprofunda-se muito bem na questão, além de explicar o fato. Eis um trecho:"[...] A obra, da autoria da professora Heloísa Ramos, baseia-se em princípios racionais e imprescindíveis para um ensino eficaz da língua materna, tais como o de que “falar é diferente de escrever”. E reconhece que o português, como qualquer língua humana viva, admite formas diferentes de dizer a mesma coisa, o que a ciência da linguagem denomina variação linguística. Informa ainda que a variação linguística reflete a estrutura da sociedade. No caso brasileiro, o cenário da variação social apresenta uma divisão entre uma norma culta e uma norma. O livro ainda alerta que, apesar de serem “eficientes como meios de comunicação”, as duas normas recebem uma avaliação social diferenciada, existindo “um preconceito social em relação à variante popular, usada pela maioria dos brasileiros”, mas que “esse preconceito não é de razão linguística, mas social”. Em vista disso, conclui que “o falante tem de ser capaz de usar a variante adequada da língua para cada ocasião”. Não há nada demais em tais afirmações. Os gramáticos mais esclarecidos reconhecem que o padrão da correção absoluta deve ser substituído pelo parâmetro da adequação relativa às diversas situações de uso da língua. É tão inadequado dizer “me dá menas tarefa” numa reunião formal de trabalho, quanto perguntar “poder-me-ia informar o preço desse vegetal?” em uma feira livre. Como diz ainda o questionado livro, “um falante deve dominar as diversas variantes porque cada uma tem seu lugar na comunicação cotidiana”. Mas alguém deu espaço para tal colocação? Alguém quis ouvir os especialistas no assunto? Creio que não...
  • Viradão Carioca. Não fui, não, mas foi muito bem falado, pelo menos aqui, próximo ao palco Bangu. Duro foi ver gente reclamando na net de que as melhores atrações foram postas em Bangu, longe de tudo e de todos. Aos "reclamões", um sonoro KKK! E quando a recíproca é verdadeira? Quantos bons show gratuitos acontecem na zona oeste? E quantos acontecem na zona sul? E nós, da zona oeste, chupamos dedo ou nos aventuramos chegar até o local. Vais reclamar com quem?
  • Todas as situações me fazem lembrar das crianças nas escolas. Não todas as crianças, mas as que batem, maltratam, ameaçam e tiram o sossego das outras crianças do bem e professores. Eles vivem aprontando, fazendo besteiras anormais, mas muitos, muitos mesmo, conseguem se safar das acusações Mentem, juram de pés juntos que não foram eles e, mesmo quando chegam nas vias de fato, diante da autoridade mor dentro de um estabelecimento de ensino, nada acontece. Não há explicação, conscientização, tão pouco sanção, onde a criança começaria a aprender a pensar seus atos, ter atenção ao respeito ao próximo, entender que não se ganha sempre, que todos têm a sua vez e que fazer o certo é o melhor lado a escolher. Foi exatamente o que aconteceu no conto o livro, a vereadora e o viradão.

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