Muito provavelmente esse não é o momento em que falamos em coisas ruins. É quase Ano Novo, mas, se pensarmos bem, será quase Ano Velho, pois o encanto só dura alguns instantes. É tempo de celebrar, de fazer promessas, pedidos, balançar o velho e o novo, escolher o que deu certo e descartar o que não funcionou. Só não será nem um pouco justo e não terá valido nem um pouco à pena, se esquecermos o que existe ao nosso redor. Ainda temos a ideia de concepção motivando a morte de muitas crianças, que são lançadas sobre muros, jogadas em lixões. Ainda temos famílias inteiras vivendo do lixo, comendo o nosso resto podre, usando o que não nos serve mais. Em meio a tanta tecnologia, ainda temos capitães do mato correndo gira na fazenda pra checar se está tudo na mais perfeita ordem, armados até os dentes. Ainda temos famílias querendo família e crianças sem lares em lares. Ainda estamos mergulhados na merda, tentando responder à pergunta "Quem quer ser um milionário?". Ainda achamos que se fizermos para nós, não será preciso fazer para mais ninguém. Ainda pensamos que receber o Ano Novo é deixar o Ano Velho para trás, subtraídos pela sujeira - vide Brasília. Dois mil e onze... Quando é que a vergonha será tomada? Deve ser somente quando for vendida feito xarope nas prateleiras. Mas, daí, não causará efeito algum, só servirá de engôdo, pois o que hidrata é água. É a mesma coisa quando passamos uma vassoura só na sala, e deixamos o resto da casa do jeito que está. Pouco à pouco, a sujeira vai vindo e vindo... Ponha uma coisa na sua cabeça: se for fazer alguma coisa a respeito, faça direito! nada de achar que varreu a criminalidade do alemão e todo o resto sairá com um pano molhado. Não é assim que funciona! Limpe todo o resto! É igual a catar carrapato de cachorro. Não limpe o quintal não, para você ver o que acontece! Assuma o lugar que é seu e pare de fingir que todo resto é álbum de foto digital - um click decide se upload ou não.
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